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segunda-feira, novembro 20, 2006
Série da quinzena: Desperate Housewives

by Pedro Romão


Wisteria Lane. A perfeição em cada esquina, a felicidade em cada rosto. A rua ziguezagueante apresenta-nos cada uma das famílias que compõem um típico bairro onde cada um vive o verdadeiro sonho americano. De repente, um soco no estômago. Mary Alice uma das mais bonitas e simpáticas residentes de Wisteria Lane suicida-se na sua sala de jantar enfiando uma bala na cabeça. O que terá acontecido? O que levará a que mulher com uma vida perfeita cometa um acto tão imbuído em desespero? Estão lançados os dados, e a vida em Wisteria Lane nunca mais será a mesma…

Esta poderia muito bem ser a sinopse desta brilhante soap opera. Um êxito fantástico em todo o mundo e um dos programas mais vistos nos Estados Unidos. Mas afinal o que tem esta série de singular? Poderia começar por referir que o segredo está na própria história, mas isso seria cliché e extremamente redutor. O que realmente distingue esta série das restantes é o aprofundamento dramático, as incoerências e as idiossincrasias das personagens. Aqui não há o bom, o mau e o vilão. Há pessoas. Pessoas que cometem injustiças, pessoas que falham, que erram, que mentem. Pessoas aparentemente perfeitas mas estranhamente bizarras. O factor-sucesso que eleva esta série a um patamar superior é o revelar dos problemas das pessoas comuns, o pôr a nu o interior por detrás da fachada, o demonstrar que existem segredos de uma vida que condicionam a forma de estar perante os outros e nós mesmos. Mas não caiam na ilusão. Desperate Housewives não é um drama. É assim um elegante e perfeito quadro onde as emoções são polvilhadas por umas nuances de comédia, algumas lágrimas e muito suspense.


Mas falar em Desperate Housewives sem falar nas mulheres que retraem e contêm todo esse desespero é difícil, dada a genialidade de cada uma das actrizes. Cada uma com sua especificidade, ou com uma característica distintiva de todas as outras (não seremos nós próprios assim?), a verdade é que este elenco é simplesmente fantástico pela sua homogeneidade e talento. No entanto, e que me perdoem Teri Hatcher e Eva Longoria (que, porém, começara agora a ganhar contornos que a torna das histórias mais interessantes de seguir), Felicity Huffman e Marcia Cross são realmente as duas actrizes que se destacam. De um talento enorme, de uma capacidade dramática arrebatadora e de uma veracidade que impressiona, Felicity Huffman é, sem grandes dúvidas, a personagem mais “real” da série. É impossível não nos revermos em determinados comportamentos, atitudes, e anseios da personagem que Felicity tão bem encarna e melhor ainda nos devolve. Depois, bem… depois temos esse monstro da representação que é Marcia Cross. Muito ajudada pela excelente personagem que tem, a verdade é que a actriz é realmente impressionante nos seus maneirismos, nos seus trejeitos e na naturalidade bizarra de Bree Van De Kamp. A sua compulsão-obssessiva é, a espaços, hilariante, e apesar de alguns excessos no percurso da personagem, a verdade é que é delicioso ver Cross em cena, arrebatando tudo e todos e deixando no ar o leve perfume de sedução.


E, no final, a voz quente e aveludada de Mary-Alice entra directamente na nossa consciência. São lições de vida que se tiram, consequências que nos fazem pensar e repensar os nossos actos e aquilo que julgamos ser verdade... É esta a grande virtude desta série, pôr-nos a pensar não só nas personagens mas também em nós, em como reagiríamos no meio de tanta pressão. No final, somos um deles, partilhamos os seus desgostos, as suas alegrias, o seu… desespero. No final, todos nós fazemos parte de Wisteria Lane.

posted by not_alone @ 21:07   0 comments
La Science des rêves


Michel Gondry já tinha convencido com o brilhante Eternal Sunshine of the Spotless Mind e, quanto a mim, volta a fazer o mesmo feito com o seu mais recente devaneio cinematográfico.

O misterioso mundo dos sonhos é a base para uma história complexa entre Stéphane e Stéphanie. No limbo entre o real e o imaginário, esta é uma história (correndo o risco de usar um trocadilho demasiado óbvio) que nos faz sonhar sonhar. Mas, assim como Eternal Sunshine of the Spotless Mind, insere um mundo imaginário, de fantasia, na complicada vida real.

O personagem de Gael Garcia Bernal é o de um homem que vive a sonhar. Ou que dorme acordado, como interpretarem. Algures entre uma insónia visual e uma viagem às nuvens, descobrimos um mundo irreverente, doce e metafórico. Tal como o dos próprios sonhos. Uma história de amor, de sonhos e pesadelos, de símbolos e códigos para decifrarmos. Acordados ou não.

É a realidade de uma vida que não corre como planeamos, que toma rumos inesperados e que pede de nós mais do que aquilo que nos dá. Como se costuma dizer, sonhar não paga imposto, por isso usamos a mente para escapar de uma vida falhada. A nossa imaginação não nos desaponta porque depende exclusivamente de nós. É o nosso melhor instrumento para construir uma felicidade individual. Mesmo quando tudo à nossa volta se desmorona.

O grande triunfo de La Science des Rêves sobre mim foi despertar-me. Alargou-me os horizontes para a complexidade emocional que está intrínseca nos nosso pensamentos. É tão esgotante sonhar como viver a rotina diária. Porque, afinal de contas, sonhar acaba por ser a derradeira coisa na qual falhamos em tornar real.



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quinta-feira, novembro 16, 2006
Filme do ano?
Mais um ano que se aproxima do seu fim e, certamente, já muitos andarão a pensar nas suas escolhas para melhores do ano. Confesso que, tendo em conta a variedade de filmes estreados por cá este ano, a escolha parece-me cada vez mais difícil. Desde um começo auspicioso (com as estreias em território nacional dos filmes candidatos aos Oscars 2005), passando por um intermédio, igualmente, surpreendente e desapontante (realizadores como Shayamalan ou Oliver Stone a caírem em desgraça e, ao mesmo tempo, grandes surpresas como Snakes on a Plane e Voo 93) e um aproximar do final que mostra que ainda há muito bom cinema para ter em conta em 2006 (Perfume e Science of Sleep a excederem todas as minhas expectativas). O melhor poderá ainda está para vir, mas este não será, sem dúvida, só mais um ano. (Aguardo ainda com bastante ânsia as estreias de Babel, Borat, Casino Royale e Flags Of Our Fathers). Destaco então alguns dos que considero na corrida ao filme do ano.



Afinal, qual consideram até agora o filme do ano?
posted by not_alone @ 01:49   8 comments
quarta-feira, novembro 15, 2006
Trailers em rewind << Edward Scissorhands

Mais um clássico intemporal. Aquele que continua a ser, para mim, O papel de Johny Depp. Tim Burton no seu melhor. Revejam.
posted by not_alone @ 01:07   3 comments
segunda-feira, novembro 13, 2006
Scoop


Woody Allen é, inegavelmente, um dos mais criativos realizadores e argumentistas vivos. Tem tido uma média bastante regular de um filme por ano. O lado negativo desta hiper-produtividade é que, mesmo as mentes mais brilhantes, têm momentos de menor inspiração.

Quanto a mim, Match Point foi um filme sobrevalorizado. É sem dúvida um bom filme, totalmente despido de todos os "woodismos" (ou "allenismos" se preferirem) Mas, ainda assim, inferior a obras mais tocantes do autor, como Deconstructing Harry ou Annie Hall. Afinal de contas, um filme de Woody Allen é bom porque é isso mesmo, um filme de Woody Allen. Basta-nos ouvir um pequeno trecho para o identificarmos. Têm quase sempre personagens caricatas, os seus alter-egos no ecrã. Cada filme tende para transmitir um pouco da loucura do próprio homem que os faz. São, na sua forma deformada, as faces de Woody.

Scoop, infelizmente, faz parte do grupo restrito de filmes de menor inspiração do realizador. É uma comédia de humor demasiado leve, sem as características piadas ácidas, sem personagens megalómanas, com Scarlett Johansson a mais e Woody Allen a menos. O maior problema do filme são, provavelmente, as personagens. Vazias e roçando por vezes o básico, não há vestígios de profundidade ou, sequer, de interesse.

Os actores parecem também não se esforçar muito para fazer o filme resultar. Scarlett Johansson é irritante e, com muita pena minha, todo o potencial que parecia existir em Lost in Translation não passavam de falsas esperanças. Depois de Mia Farrow e Diane Keaton era preciso uma musa à altura. Hugh Jackman tem potencial mas não consegue sair da sua concha de segurança, nunca se arrisca a fazer algo de diferente do que já tenhamos visto. Woody Allen também não convence porque o seu personagem nunca tem nada de interessante para dizer.

Pela primeira vez vi um filme de Woody Allen e senti que precisava de um rumo. A comédia era fraca, o mistério não cativava, o romance era supérfulo. Scoop precisava de uma identidade mais definida.



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posted by not_alone @ 01:16   2 comments
terça-feira, novembro 07, 2006
Perfume: The Story of a Murderer


O Perfume, de Patrick Suskïnd, é um dos livro mais viscerais que tive oportunidade de ler. A sua envolvência consegue suscitar em nós os odores que retrata.

Jean-Baptiste Grenouille é a figura central da história. Uma homem nascido contra todas as adversidades, criado como escravo e tratado como lixo. Mas, não é isso que torna este personagem tão interessante. Jean-Baptiste tem um dom. Quase como um poder heróico, o seu olfacto é tão apurado que lhe permite distinguir todos os cheiros que o rodeia, a quilómetros de distância. Torna-se então obcecado por conservar todos os cheiros do mundo e criar ele próprio o perfume perfeito.

O cheiro do latão, do suor, do ferro, da pele. O cheiro da alma. Mulheres que mata, maioritariamente virgens, na busca incessante para conservar os seus odores. Torna-se num ser amoral, animalesco. Mas, acabamos por empatizar com ele. Seja pelo seu passado cruel, pelo seu objectivo sincero, ou pelo fim enternecedor. Ben Whishaw é também o culpado, graças à sua brilhante duplicidade. Assustadoramente doce. É tudo aquilo que eu imaginei em Jean-Baptiste Grenouille. Karoline Herfurth é lindíssima e o seu papel, ainda que curto, é quase perfeito.

Tom Tykwer, realizador do filme de culto Lola Rennt, cria uma obra, também ela, perto da perfeição. Todos sabemos como é complexo fazer uma adaptação de um livro para a tela. São sempre vítimas de críticas dos leitores que reclamam "aquela" cena que falta, ou "aquele" momento que não se passou bem assim no livro. Não obstante, o filme tem um bom ritmo e o realizador consegue absorver tudo o que é importante sem condensar demasiado a história. Tal como o sub-titulo indica, esta é a história de um assassino. Tudo o resto é contado partindo deste princípio. Nunca apressado, nunca aborrecido. Principalmente, o filme consegue ter o mesmo efeito que o livro. Desperta em nós todos os odores que recria, através do visual deslumbrante, da fotografia rica em cores vivas e texturas que quase podemos tocar.

Peca, por vezes, pelos maneirismos vanguardistas do realizador (a velocidade vertiginosa da câmara, que funcionou tão bem em Lola Rennt, aqui, parece desadequada) e pelos excessivos planos de pormenor do nariz do personagem. Por mais perto que filmem um nariz nós, espectadores, nunca vamos conseguir, realmente, cheirar nada. As imagens subtis e os sons da respiração parecem cumprir melhor esse objectivo. Mas, nada demasiado comprometedor, quanto a mim, para a genialidade global do filme.

Belo e perturbador, é a melhor forma para resumir este filme, que se arrisca a ser um dos melhores do ano.




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posted by not_alone @ 00:47   3 comments
domingo, novembro 05, 2006
Série da quinzena: Lost



Falar de Lost é uma das tarefas mais complicadas que me podem exigir. Não porque não tenha o que dizer mas, porque tenho demasiadas coisas para dizer. A maior série de culto da actualidade tem a rara capacidade de expandir o seu propósito a muito mais do que um mero rótulo. Ficção, aventura, drama? X-files, Desperate Housewives, Twin Peaks, CSI, Alias, McGyver, Star Trek? Todos os acima assinalados. Todos no geral, nenhum deles em específico. É essa complexidade que faz de Lost uma das melhores (e mais bem escritas) séries de sempre.



Cada personagem importa. A sua história, o seu propósito. Não há uma grande questão, existem várias. O que é aquela ilha? Será que todos aqueles personagens foram ali parar por um motivo maior? Qual? E porquê? Ursos poloares numa ilha paradisíaca? Dahrma Iniciative? Quem são os Outros? Questões gerais e morais que põem à prova todos os sobreviventes. Testam a sua capacidade de resistência (bem como a nossa).



Demasiadas perguntas para serem respondidas de uma vez só e, cada vez que alguma delas é revelada, surgem outras tantas como consequência. Estamos sempre à espera do inesperado. Por vezes acertamos nas nossas teorias da conspiração, outras vezes passamos totalmente ao lado e a surpresa é total. Assistir a um episódio de Lost é uma experiência por si só. Com os nervos em franja, com a nossa mente a funcionar mais depressa do que o habitual. Tentamos absorver tudo o que se passa no ecrã, de modo a que nada nos escape neste puzzle gigantesco. Vemos e revemos episódios, na esperança (ou no medo) de que alguma pista nos tenha escapado, de que as respostas estejam à frente dos nossos olhos e não as tenhamos visto.



Um avião despenha-se e algumas pessoas sobrevivem. Mas, a sobrevivência está apenas no começo. Uma ilha misteriosa, longe dos olhares do mundo e, quiçá, de Deus, fala com eles. Avisa-os e ameaça-os. Mata-os. É casa para os Outros que, tal como a ilha, também matam, também ameaçam mas que são de poucos avisos. Escotilhas abrem-se para um mundo submerso. 4 8 15 16 23 42. Insiram os números. Carreguem no botão. Vejam o Lost.




All of us are L O S T.
posted by not_alone @ 12:41   4 comments
quinta-feira, novembro 02, 2006
Com a verdade m'enganas [02-11-06]
Primeiro que tudo, tenho uma reclamação a fazer. Há 8 posts que ninguém comenta nada neste blog. Vamos lá a opinar senão parece que ando para aqui a escrever para o boneco... (ou será que andarei mesmo?)

Mais um mês, mais uma quantidade razoável de filmes, mais um rol de notícias fresquinhas. Ou não.

Uma dupla improvável, Robert De Niro e 50 Cent juntam-se para protagonizar New Orleans, um policial realizado por Tim Hunter. Longe vão os tempos áureos de De Niro.

Sete anos depois da morte de Stanley Kubrick, eis que surge a notícia de que 3 dos seus inacabado filmes poderão ver a luz do dia. Um deles é Lunatic at Large, um thriller sobre um lunático que se evade de um hospício. A má notícia é que o papel foi proposto a Colin Farrel. Rezemos para que ele recuse.

Quem recebeu uma proposta para ser a estrela do remake de Birds (sim, o de Alfred Hitchcock) foi Naomi Watts. Neste caso, rezemos para que o remake nunca chegue a ser feito.

12 anos depois do thriller Se7en, Brad Pitt e Gwyneth Paltrow (que estiveram noivos) vão voltar a contracenar no grande ecrã. O filme é uma espécie de biografia de Richard Nixon e o elenco conta ainda com Meryl Streep e Annette Bening.

Spike Lee e Brian Grazer estão a prepara a sequela para Inside Man. Mesmo o que precisávamos, mais uma sequela...

Scarlett Johansson não se contenta com Hollywood e decidiu gravar um álbum com covers de Tom Waits.

Ao que parece, Wesley Snipes é procurado pela polícia por fuga aos impostos. Por agora, Snipes está na África mas assim que regressar aos Estados Unidos tem um mandato de prisão. Com muita pena minha, não me parece que tenhamos um Blade 57...

Já falei de remakes, já falei de sequelas, falta mesmo só falar de prequelas. Ao que parece surgiu o rumor de que anda a passear pelos estúdios um argumento para a prequela de Se7en. Não me vou dignar sequer a comentar.

Outra prequela prestes a ser rodada é a de The Untouchables, de Brian De Palma. A única boa notícia é mesmo que será de novo De Palma atrás da câmara. Menos mal.

Alô?

Aproveito este espaço para recordar alguns blogs sobre cinema (grande parte deles que eu gostava particularmente) que, com o passar do tempo, parecem ter acabado sem qualquer aviso.

CinemaXunga
Contracampo
Eu Adoro Cinema
Hollywood
Miguel Galrinho
O Zombie Comeu o meu Blog
Antestreia
Escrever e Ver Cinema
Grande Ecrã
Reservoir Movies

Trailers

Big Nothing
Smoking Aces
Death of a President
For Your Consideration
So Much So Fast
Jesus Camp
Deliver Us From Evil

Despeço-me com uma imagem do personagem que serviu de inspiração para a minha máscara de Halloween.

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posted by not_alone @ 19:05   9 comments
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